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DE DIRIGENTE A PARLAMENTAR

Carreira política repetiu em Brasília mesmas confusões criadas no Vasco

Na CPI da CBF/Nike, Eurico foi investigado e investigador ao mesmo tempo e figura determinante para melar a comissão

Redação

23 de junho de 2021

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Aremithas e Eurico, em 2001. Foto: Fernando Maia/ Agência O Globo

Alavancado pela popularidade no clube cruzmaltino, Eurico Miranda (PPR e PPB) foi eleito deputado federal duas vezes. Em dois mandatos na Câmara dos Deputados, entre 1995 e 2003, o cartola apresentou 13 propostas de lei, em sua maioria ligadas ao futebol. A experiência política reproduziu em Brasília as polêmicas criadas no esporte. Na CPI da CBF/Nike, por exemplo, Eurico foi investigado e investigador ao mesmo tempo e figura determinante para melar a comissão, que poderia apontar irregularidades em clubes e federações. 

 

Na campanha para o Parlamento, Miranda enfatizava que, caso eleito, não seria representante do povo e, sim, dos interesses do Vasco. Em 1995, já em seu primeiro ano de mandato, o parlamentar ficou marcado por pedir explicações ao ministro de Minas e Energia, Raimundo Mendes de Brito, sobre o contrato de patrocínio entre a Petrobras e o Flamengo. 

 

Dentre os projetos apresentados, apenas um não dizia respeito ao futebol. Era relacionado a isenção de impostos para cooperativas de táxi. Vale destacar que um dos grandes aliados políticos de Eurico no Vasco era José Luiz Moreira, também conhecido como Zé do Táxi. Até hoje, Moreira é dono da empresa Táxi Verde Ltda. A proposição foi arquivada.

A CPI da CBF/Nike

 

Criada em 2001, a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as suspeitas de sonegação de imposto por clubes, federações, dirigentes, empresários e jogadores, teve impacto direto nas vidas do dirigente e do Vasco. Na época, Eurico teve seu sigilo bancário quebrado e o clube foi alvo de um pente-fino por parte dos inquisidores. 

 

No relatório final, a instituição foi elemento determinante em sessenta páginas. Segundo o documento, entre 1995 e 2000, o coordenador administrativo do Vasco na ocasião, Aremithas José de Lima, havia movimentado 13,5 milhões de reais, quando sua renda média mensal não passava dos 3.000 reais. Em depoimentos, dirigentes cruzmaltinos defenderam que o dinheiro era destinado para alimentação de atletas de base e que era repassado para Aremithas pois as finanças do clube estavam bloqueadas. 

 

Em entrevista dada à Revista Piauí, o senador Geraldo Althoff, relator da CPI, disse que o coordenador "confirmou ter sido procurado pelo então vice-presidente do Vasco, sr. Eurico Miranda, que orientou para que este cedesse a sua conta bancária para utilização pelo Clube de Regatas Vasco da Gama". No âmbito pessoal, o cartola foi questionado sobre a compra de uma mansão avaliada em US$460 mil na Flórida, Estados Unidos, e suspeitas de crimes financeiros. 

 

Depois de muitas brigas entre os deputados, a CPI da CBF/Nike foi dada como encerrada sem ter nenhum relatório aprovado.

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